Linha editorial, biografias e critérios de edição dos comentários.

EDITORIAL

Caminhos da Memória é um blogue que pretende dar voz a formas de lembrar, de evocar e de interpretar o passado, recorrendo a leituras contemporâneas da história e da memória.

Procurará fazê-lo recorrendo a diferentes formulações que se coadunem com as características específicas da blogosfera e que ajudem a desenhar percursos para redescobrir os legados que recebemos do país e do mundo.

Incluirá também informação sobre documentos, livros, filmes e eventos relacionados com os objectivos que nos propomos perseguir, bem como ligações a instituições, publicações e blogues que privilegiem temas ligados à memória e à história.

O núcleo redactorial é constituído maioritariamente, por membros da Associação «Não Apaguem a Memória!», mas este blogue não compromete a direcção daquela Associação e mantém com a mesma um relacionamento puramente informal. No entanto, acompanhará de perto as suas actividades e está empenhado em contribuir para o desenvolvimento das mesmas.

Os textos publicados serão da exclusiva responsabilidade dos respectivos autores, estendendo-se a toda a Redacção apenas quando expressamente assinados pela mesma. Não são publicados textos não solicitados.

Contactos: caminhosdamemoria[arroba]gmail.com

 
BIOGRAFIAS – Redacção

Artur Pinto tem 66 anos. Dirigente estudantil de 1963 a 1965 (F. Direito UL). Preso político de Janeiro a Agosto de 1965. Integrou a CDE em 1969.

Diana Andringa, jornalista, nascida no Dundo, Lunda Norte, Angola, em 21 de Agosto de 1947. Primária entre a escola (branca) do Dundo e a escola de Rio de Mouro. Liceu entre Ramalhão e Oeiras. Frequentou Medicina, mas trocou-a pelo Jornalismo. Presa pela PIDE de Janeiro de 70 a Setembro de 71. Em 1976, publicou em O Século uma série de artigos sobre a extinção da PIDE/DGS. Na RTP, de 1978 a 2001, fez Internacional, reportagem, entrevista e documentários, entre os quais a série Geração de 60, e os guiões de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul injustiçado, Humberto Delgado – obviamente assassinaram-no e Bento de Jesus Caraça, Matemático e Cidadão. Foi Directora Adjunta do Diário de Lisboa por uns meses e presidente do Sindicato de Jornalistas de 96 a 98. Entre 97 e 2003, deu aulas na ESE – Setúbal e na ESCS. Foi também, longamente, cronista (no DN, no Público, na Antena 1). Colaborou na organização do livro Em defesa de Aquilino Ribeiro e publicou Demasiado, Viagem ao Mundo dos Refugiados. Em 2007 co-realizou, com Flora Gomes, As duas faces da guerra, sobre a luta de libertação/guerra colonial na Guiné.

Helena Pato, nasceu em Mamarrosa (Aveiro), em 1939. Militou activamente na resistência ao regime fascista ao longo das duas décadas que antecederam a Revolução, tendo sido presa e detida pela polícia política várias vezes. Em 1967 esteve seis meses na Cadeia de Caxias, sempre em regime de isolamento, e foi submetida à tortura do sono.
Licenciada em Matemáticas, a sua vida profissional tem sido dedicada ao ensino de crianças e de jovens e à formação docente inicial e contínua. Leccionou durante 36 anos no ensino básico e publicou livros e estudos, no âmbito da Pedagogia e da Didáctica da Matemática. Esteve ligada a jornais diários, como coordenadora de Suplementos de Ciência e de Educação. Foi dirigente estudantil no início da década de 60 e dirigente política da CDE, de 1969 a 1973. Foi fundadora e dirigente do MDM (1969) e fez parte do núcleo de professores que, durante o fascismo, dirigiu o movimento docente. Foi fundadora dos sindicatos de professores nascidos em Abril de 74 e dirigente do SPGL, nos seus primeiros anos. É autora do livro Saudação, Flausinas, Moedas e Simones (2006).

Joana Lopes nasceu em Lourenço Marques, em 1938.É licenciada em Filosofia pela Universidade de Lovaina (Bélgica), onde também se doutorou em Lógica Matemática, com uma tese subordinada ao tema La notion de probabilité selon Rudolf Carnap. Docente de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa durante alguns anos, foi sobretudo no domínio das Tecnologias da Informação que exerceu a sua actividade profissional, nomeadamente como técnica de sistemas, directora e membro do Conselho Executivo da Companhia IBM Portuguesa e como directora no «International Education Center» da IBM em La Hulpe (Bélgica). Em 1997, publicou Sistemas de Informação para a Gestão – Conceitos e evolução (Universidade Aberta). Até ao fim da década de 60, participou activamente em várias organizações e iniciativas dos que, a contragosto e na falta de melhor designação, ficaram conhecidos como «católicos progressistas». Publicou, em 2007, Entre as Brumas da Memória. Os Católicos Portugueses e a Ditadura. É autora do blogue Entre as brumas da memória.

João Tunes. Sou homem de voltas trocadas. Transmontano de nascimento, fui criado como barreirense adoptivo. Filho biológico de camponeses com fome em demasia, uns parentes piedosos adoptaram-me para que tivesse “algum futuro”. Como estudante, andei mais na luta que de volta das “sebentas”. Pugnando pela liberdade, puseram-me a dormir em Caxias. Paisano enraizado, fardaram-me e fizeram-me oficial de comandar tropa para disparar canhão. Militante da luta anti-colonial, fiz comissão onde a guerra ferveu mais, na Guiné. Tendo gasto a juventude a intoxicar-me vivendo o fascismo à portuguesa, quando vinda a democracia, virei militante comunista a querer saltar para a revolução. Ateu e anticlerical de pequeno, sempre houve padres católicos que insistiram em serem meus amigos. Fui quadro técnico de uma grande empresa e, em vez de cuidar da carreira, andei feito dirigente sindical da classe operária organizada. Aliviei-me, farto, de tanta contradição. Quase só me resta o nojo pelas ditaduras (todas). Tento, com o jeito possível, dar testemunho, sobretudo dos meus enganos (que é do que mais sei em política). E olhar sempre nos olhos filhos e netos. Espero morrer coerente. Finalmente.

Maria Manuela Cruzeiro é investigadora do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra, onde coordena o Projecto de História Oral e no âmbito do qual já realizou cerca de meia centena de entrevistas às principais figuras da Revolução dos Cravos. Autora de: Costa Gomes – O último Marechal, Vasco Gonçalves – Um General na Revolução, Maria Eugénia Varela Gomes – Contra ventos e marés, Melo Antunes – O Sonhador Pragmático. Co-autora de O Pulsar da Revolução – Cronologia da Revolução (1973-1976) e de 25 de Abril – Outras maneiras de contar a mesma História. Áreas de investigação: História Oral. História Contemporânea, com particular incidência na Revolução de 1974 e seus antecedentes. História dos Movimentos Juvenis da década de sessenta. Cultura e Filosofia em Portugal, a partir da obra de Eduardo Lourenço. Em qualquer destas áreas tem publicado vários estudos entre os quais: Anos Inquietos – Vozes do Movimento Estudantil em Coimbra (1961-1974) (em co-autoria). Eduardo Lourenço – O regresso do Corifeu. Tempos de Eduardo Lourenço – Fotobiografia (em co-autoria).

Miguel Cardina nasceu em 1978 na Nazaré. Licenciado em Filosofia e mestre em História Contemporânea. Desenvolve neste momento um doutoramento sobre a construção da esquerda radical no Estado Novo. Acaba de publicar A Tradição da Contestação. Resistência Estudantil no Marcelismo (2008). Foi redactor da publicação electrónica Passado/Presente e colabora no blogue Os Livros Ardem Mal. Toca bateria e percussão nos dias inúteis.

Raimundo Narciso nasceu em Torres Vedras, em 1938. A participação nos movimentos académicos e políticos nas condições da repressão política dos anos 60 obrigaram-no, no fim do 4º ano do Instituto Superior Técnico e após 4 anos de serviço militar obrigatório, já então militante do PCP, a viver na clandestinidade durante 10 anos até à revolução de 25 de Abril 1974. Teve um papel central na criação e direcção da «Acção Revolucionária Armada» e foi membro do Comité Central do PCP até 1988 altura em que se afastou deste partido. Foi fundador do movimento político «Plataforma de Esquerda» (1992/7) e deputado do PS de 1995 a 1999. Escreveu dois livros de memórias (ARA – Acção Revolucionária Armada. História Secreta do Braço Armado do PCP e Álvaro Cunhal e A Dissidência da Terceira Via) e artigos, especialmente sobre defesa nacional, assuntos militares, relações internacionais, em jornais e revistas da especialidade. Aderiu ao movimento «Não apaguem a memória!» e pertence à sua direcção. Foi, ao que julga, o primeiro deputado que publicava na Internet o resultado da sua actividade política. Mantém o blogue Memórias e é membro de Puxa Palavra.

Rui Bebiano, historiador, é professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos Sociais. Participou na década de 1980 na renovação dos estudos barrocos, publicando então D. João V. Poder e Espectáculo. Em 1997 doutorou-se com uma tese de história das ideias – A Pena de Marte. Discurso da guerra em Portugal e na Europa entre os séculos XVI e XVIII – a qual recebeu o Prémio de Defesa Nacional, atribuído pelo Ministério da Defesa. Trabalha desde essa altura em temas de história cultural e política do período que vai da década de 1950 à actualidade, em particular sobre os movimentos estudantis, sobre a esquerda radical e sobre representações contemporâneas do passado. Publicou em 2003 o livro O Poder da Imaginação. Juventude, Rebeldia e Resistência nos Anos 60. Mais recentemente publicou Anos Inquietos. Vozes do Movimento Estudantil em Coimbra (1961-1974) (em co-autoria com Manuela Cruzeiro) e Do Activismo à Indiferença. Movimentos Estudantis em Coimbra (em co-autoria com Elísio Estanque). Dedicou-se também a temas de cibercultura e de história do livro, tendo, entre 1996 e 2002, coordenado uma das primeiras publicações electrónicas em rede do espaço lusófono. Lançou em 2001 o primeiro livro português de crónicas editadas originalmente na Internet: Folhas Voláteis. Crónicas Digitais. É membro do conselho de redacção ou do conselho editorial de diversas publicações académicas e orientador de seminários em cursos de mestrado e de doutoramento.Tem publicado, desde 1971, um grande número de estudos, ensaios, artigos de opinião, crónicas e recensões críticas distribuídos por jornais, revistas, dicionários e outras publicações. É actualmente colaborador regular da revista Ler. Com actividade cívica desde 1969, não possui filiação partidária mas tem militado em diversos movimentos e causas da esquerda. É ainda autor do blogue A Terceira Noite e participa em Os Livros Ardem Mal.


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