Pode parecer estranho que, num mês quente de férias, se escreva sobre os campos de extermínio nazis na Polónia e o Holocausto, legado trágico e ignominioso da civilização europeia. Uns dirão: de novo!? Penso que nunca é demais voltar a falar do tema, sobre o qual aprendi muito na Polónia, onde tive o privilégio de passar a primeira semana deste mês de Agosto, integrada numa viagem de estudo, organizada pela Associação Memória e Ensino do Holocausto. A Polónia está repleta de História e de Memória, como aliás todos os países da Europa; mas talvez se possa dizer que será aquele onde o passado recente foi mais dramático.
Foi o país onde se iniciou, há 70 anos, a II Guerra Mundial, com a ocupação pelas tropas alemãs de Hitler, em 1 de Setembro de 1939. Foi também na Polónia que se desenrolou a «operação Reinhard», nome de código do plano alemão para assassinar os judeus que residiam na parte da Polónia ocupada mas não directamente anexada pela Alemanha. No âmbito dessa «operação», os nazis mataram, entre Março de 1942 e Novembro de 1943, mais de 1 milhão e meio de judeus, nos quatro campos de extermínio de Chelmno, Belzec, Sobibor e Treblinka II. Só neste último, um imenso cemitério escondido no meio de belíssimas árvores, depois de os nazis reflorestarem a zona para esconder o crime, estes e os seus cúmplices assassinaram mais de 800.000 judeus, entre Junho de 1942 e Agosto de 1943.
A estes quatro centros de extermínio, juntaram-se ainda na Polónia o de Majdanek, junto a Lublin, bem como Auschwitz I e Auschwitz II (Birkenau), perto de Cracóvia, que foram em simultâneo campos de concentração e de extermínio. Em Birkenau, foram assassinados, até Novembro de 1944, pelo Ziklon B, em quatro câmaras de gás, quase um milhão e meio de judeus dos países ocupados pela Alemanha. Estes representaram 90% das vítimas de Auschwitz, incluindo-se, entre as restantes, cerca de 75.000 polacos não-judeus, 20.000 ciganos Sinti e Roma, bem como 15.000 prisioneiros de guerra soviéticos, além de diversos grupos de outras categorias, entre as quais homossexuais.
Nos campos de extermínio da Polónia, foram assassinados cerca de 2.9 milhões de judeus e quase toda a população judaica desse país; ou seja, cerca de metade do número do total judeus mortos no Holocausto. Estes números representam pessoas, mulheres e homens, crianças, jovens e velhos, cada um com uma história breve ou longa e uma singularidade própria. Estes milhões de pessoas morreram para nada (Avraham Milgram, que orientou a nossa viagem de estudo); foram assassinados simplesmente porque tinham nascido judeus e porque os nazis resolveram eliminar o judaísmo da Europa. E o que é terrível é que em parte conseguiram, não só eliminar fisicamente uma enorme parte dos judeus da Polónia e da Europa, como ali destruíram quaisquer vestígios da cultura e religião judaica. O que se nota hoje na Polónia, relativamente à presença judaica, é precisamente a ausência. Num clima de silêncio ensurdecedor, sente-se uma grande dose de sentido de impotência. A mesma que nos invade perante os massacres e genocídios recentes.
As sinagogas que restam, em Varsóvia, Cracóvia, no “shtetl” de Kazimierz Dolni ou em Lancut – não foram destruídas porque os nazis fizeram uso delas, como estábulos ou armazéns –, são agora museus e raramente locais de culto. Dos bairros judeus e dos guetos de Varsóvia, Cracóvia e Lublin, arrasados pelos nazis, apenas restam ruínas que, comparadas com fotografias anteriores a 1939, fazem agora parte de um roteiro contra o esquecimento. Com a excepção do cemitério judeu de Varsóvia, onde se vê na pedra a pujança passada da cultura judaica, apenas permanecem lápides destruídas nos raros cemitérios judeus espalhados pela Polónia. Mas há por todo o lado na Polónia outros enormes cemitérios, onde outrora houve campos de extermínio e valas comuns, onde apetece estar permanentemente em recolhimento. É assim que se fica junto às ruínas das câmaras de gás de Birkenau, ou junto da vala comum de Zbilitkowska Gora, onde jazem, sob as urtigas, crianças assassinadas pelos nazis.
É certo que, em Auschwitz I, se torna dificil a concentração, devido ao facto de esse campo ser hoje um museu repleto de gente. No entanto, ali e em Birkenau, tudo se ajusta com os documentos de arquivo, com os testemunhos dos sobrevivente e com o próprio lugar, ele mesmo uma arma contra o negacionismo, a par da História. Os instrumentos analíticos da História têm provado largamente a sua eficácia no tratamento do Holocausto, que continua felizmente a ser um dos temas mais estudados pelos historiadores, movidos pela procura da verdade.
Ora, porque essa catástrofe é uma história humana, há que continuar a investigar o papel dos carrascos e dos seus cúmplices, outrora vistos como seres monstruosos, que afinal eram «homens vulgares» (Christopher Browning). Por isso, o sobrevivente do Holocausto Elie Wiesel observou que «o que é verdadeiramente demoníaco é o facto de (os criminosos nazis) não terem sido demoníacos». Mas se a ideologia anti-semita foi uma condição necessária para o Holocausto, não foi porém suficiente. Os nazis tiveram primeiro de juntar a essa pulsão anti-semita o interesse material de milhões de alemães e outros – os «beneficiários de Hitler» (Götz Aly) que lucraram com a “arianização” da propriedade judaica. Como observou Ian Kershaw, o caminho para o Holocausto foi construído pelos criminosos nazis, mas foi pavimentado pela indiferença.
Em muitíssimo menor número, houve também os poucos que resistiram ou salvaram judeus, num mundo onde o mal excepcional se tornou não excepcional, num tempo em que o impensável acontecia diariamente e havia uma total inversão dos valores morais. Quanto às vítimas, há que retirá-las do esquecimento para onde o nazismo as quis atirar e dar-lhe nomes e atribuir-lhes caras. Não só às que foram assassinadas e “viveram” Aschwitz em todo o seu horror; ou seja, os mortos que não podem relatar aqueles 300 metros finais entre a «selecção» e as câmaras de gás, mas também os sobreviventes.
Foram eles que viveram a experiência da «zona cinzenta», descrita por Primo Levi, ao caracterizar a forma como os nazis criaram a total ambiguidade moral entre as suas vítimas. Em Auschwitz, não houve heróis, nem as pessoas se comportaram como santos ou filósofos. Os carrascos tudo fizeram para os levar à condição de pura sobrevivência e reduzir a zero a possibilidade de escolha (especialmente moral). Ao mesmo tempo que mostrou como Auschwitz «confunde a nossa necessidade de julgar» e que as zonas cinzentas revelam que a principal questão é saber que aconteceu à ética durante o Holocausto e depois dele, Levi perguntou também o que se pode fazer para impedir futuros «abandonos da civilização» como a que aconteceu na Europa.
Em Treblinka, está escrito em várias línguas a expressão «Nunca mais». Mas será que a História é um antídoto contra o Holocausto? Tenho quase a certeza que não, até porque não é tarefa do historiador retirar lições da História, mesmo se ele acredita que compreendê-la reforça a nossa humanidade. Um dos problemas levantados pelo Holocausto é precisamente o facto de as suas supostas lições terem um impacto prático tão pequeno. A lição que se tira, anos depois do Holocausto, mas após voltarem a acontecer genocídios, é que em muitas situações nada será feito para travá-los e para ajudar as suas vítimas potenciais. Mas também se tira a conclusão de que, apesar de ter sido um acontecimento único, o Holocausto tornou-se o paradigma do crime contra a humanidade, a partir do qual foi criada legislação contra futuros genocídios.
(Publicado no Público, de 26 de Agosto de 2009)
Imagem: Auschwitz-Birkenau (cedida por ana vidigal)
Quarta-feira, 26.Ago.2009 at 09:08:15
Excelente e sempre oportuno texto reavivando a nossa memória do pior que nós, humanos, somos capazes. Lição? Concerteza! Mas como a Irene diz, infelizmente o seu impacto prático é pequeno. Continuam a surgir aqui e ali genocídios a que o mundo “civilizado” assiste impávido e alheado. Por vezes o genocídio assume outros nomes para não impressionar a opinião pública e não provocar reacções adversas.
Acho que, não se comparando ao Holocausto, a situação no Próximo Oriente é paradigmática de tais lições caírem em saco roto, tanto mais preocupante quanto são os descendentes das vítimas daquele que levam a efeito as acções bélicas e repressivas contra povos doutras etnias.
Quinta-feira, 27.Ago.2009 at 07:08:45
Do que conheço do trabalho de Irene Pimentel, são principalmente alguns “pormenores” que mais perplexidade me causam e mais mobilizam o meu interesse.
Por exemplo, reparei que, na sua História da PIDE, a páginas tantas se refere a um “povo aviltado e acobardado” (?) – cito de memória e receio que não sejam estes os termos exactos.
No texto presente refere também “ … o interesse material de milhões de alemães e outros …” como uma condição, entre outras, para o Holocausto.
Tenho de há muito a ideia que a história da repressão vem sendo contada isentando e desculpabilizando os povos, e protegendo-os atrás da sombra de protagonistas mais evidentes e por isso mais cómodos de responsabilizar: os ditadores e as polícias.
Mas, ainda, comparando – mal – o nazismo hitleriano e o salazarismo português, colocam-se outras questões da mesma natureza. Reportando-me apenas aos estudos que conheço, sobre um e outro caso, julgo verificar que na historiografia referente ao caso alemão existe uma tónica evidente que recai quase sempre sobre o ditador e algumas figuras que na hierarquia do regime lhe eram mais próximas. Ao contrário, no caso português, a PIDE surge, a maioria das vezes, como o protagonista principal, surgindo o ditador protegido pela penumbra de segundos planos, muitas vezes até mais suposto do que visível. (Talvez, mercê dessa menor exposição, hajam ainda sectores com legitimidade para lhe erguer estátuas).
Para já não falar de outras instituições sociais – como por exemplo a família, ou a escola, menos a igreja – cujas responsabilidades a historiografia tem, nuns casos omitido e noutros subalternizado.
nelson anjos
Terça-feira, 08.Set.2009 at 12:09:54
Ora, aqui está quem (NELSON ANJOS) sem artificialismos e lacunas de memória põe o problema com inteira lucidez.
Esquecer a “grande autoridade financeira” & companhia para culpabilizar só os pides é lamentável.
E há até quem esqueça os tempos da pvde (1933 a 1945!) e das enormes, monstruosas, barbaridades.Nas barbas da “grande autoridade financeira”… & companhia, com patriarcas à mistura…
Já fizeram as contas? Quanto tempo durou o nazismo alemão? Já fizeram as contas? Quantas décadas durou o fascismo português?
Quinta-feira, 27.Ago.2009 at 10:08:38
Ao Jorge Conceição:
Genocídio (in Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea): «Crime contra a humanidade, que consiste no extermínio deliberado e sistemático de um grupo nacional, racial, étnico e religioso».
Uma simples pesquisa na net, apresenta mais definições do mesmo teor.
Só para dar dois exemplos, que me parecem evidentes:
– o caso do Ruanda enquadra-se na definição de genocídio
– o caso da guerra colonial empreendida pelo regime ditatorial português não se enquadra
Quinta-feira, 27.Ago.2009 at 10:08:02
Ao Nelson Anjos:
Muito obrigada. Concordo absolutamente com tudo o que diz. Cada vez me interessa mais ver porque é que perduram as ditaduras e como actuam. Tenho concluído que, se elas necessitam de um aparelho repressivo, entre outras instituições, só perduram porque têm a aprovação das populações, às quais esses regimes dão alguma coisa.
A «invenção do povo» na Revolução francesa (François Furet)continua a povoar a linguagem de certos partidos (o «nosso povo») não vendo que essa entidade colectiva (vista como positiva) engloba uma multidão de comportamentos.
Na historiografia do caso alemão, há felizmente muitas obras interessantíssimas sobre a forma como a maioria dos alemães se conformou com o genocídio dos judeus (e apoiou mesmo). Só para dar um exemplo, o historiador alemão Götz Aly tem um livro muito interessante, intitulado «Hitler´s Beneficiaries. How the Nazis Bought the German People» (London, Verso, 2007).
Além de revelar que o nacional-socialismo foi um Estado Providência (chama-lhe «nazi socialism») que beneficiou os alemães “arianos”, à custa do roubo e do assassinato de outras etnias, este autor diz o seguinte:
«Ao explorar a riqueza material confiscada e pilhada na guerra racial, o nacional-socialismo hitleriano atingiu um nível sem precedentes de igualdade e criou vastas novas oportunidades para uma mobilidade social ascendente para o povo alemão. Isso fez do regime ao mesmo tempo um regime popular e criminoso» (tradução minha).
Quinta-feira, 27.Ago.2009 at 03:08:53
Irene Pimentel, não há dúvida nenhuma quanto aos casos tipo que indicou: Ruanda e Guerra Colonial Portuguesa. Existem mais hesitações quando se aprecia o caso israelo-palestiniano. Acho que tem imensos sinais (um tanto camuflados) duma guerra étno-religiosa. Existe a “guettização” dos palestinianos, exsistem os colonatos judaicos conseguidos por apropriação de terrenos palestinianos, existe na sociedade israelita uma clara preferência e supremacia nos empregos oferecidos, o treino militar tem sempre a iconografia do inimigo a abater, o palestino, nas acções armadas de “defesa” não são procurados apenas objectivos militares, mas muitas vezes são escolhidos intencionalmente alvos civis, etc., etc.. Não é genocídio? Talvez não na acepção que expôs, pois não dizimaram toda a população palestiniana. Mas era algo que não repugnava aos israelitas, de acordo com alguns discursos proferidos.
Menos evidentes e, por isso talvez, mais perigosas (porque passam à margem da opinião pública mundial) são as acções contra certas minorias étnicas na China actual (Tibete e Xinjiang), pois as acções não são bélicas, mas policiais.
Quero com isto tudo dizer que é errado, na minha maneira de ver, condenar apenas acções anti-étnicas extremas como o Holocausto, ou como acontece em alguns países africanos (Ruanda, Darfur, etc.), mas que devem ser condenadas igualmente todas as discriminações activas e agressivas (étnicas, religiosas e até – porque não? – políticas). E disso está o mundo cheio!
Sexta-feira, 28.Ago.2009 at 02:08:47
Estimada Irene
Excelente trabalho. Li com dedicação.
beijinho
A. martims
Domingo, 30.Ago.2009 at 01:08:49
Tem muito mérito o seu texto. É que o anti-judaísmo está vivo, os judeus serão sempre o alvo privilegiado do mal.
Há milénios perseguidos sob as mais torpes difamações, a razão real é que sempre foram a bandeira da justiça e a fonte dos direitos humanos.
Por tudo isso o mínimo que a humanidade pode fazer é restituir-lhes a terra que lhes foi roubada.
Com intuitos políticos o cristianismo montou uma farsa para eliminar a verdade do judaísmo.Agora sob a capa de defesa dos árabes está o anti-judaísmo.
Há que desmontar a maior mistificação de sempre, a dos judeus, e quem quer ser pela justiça deve reexaminar a questão. As apreciações do conflito palestiniano são tendenciosos pró-árabes. A luta dos judeus deve ser a luta de todos nós.
Domingo, 30.Ago.2009 at 02:08:13
O comentário está justo.
Sexta-feira, 04.Set.2009 at 05:09:25
Li com muito interesse, Irene. As questões são urgentes, e o assunto da possibilidade ou não de repetição nem tão pouco (não se fala, claro, de redenção).
Podia-te interessar um artigo que apareceu esta semana no jornal britânico The Guardian, por Simon Jenkins – sobre os perigos de pensar que a história se repete.
http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2009/sep/01/afghanistan-war-on-terror-history
O Jorge Conceição: GENOCIDIO? não sabe nada de história. E porque levanta a questão de Israel – por achar que o estado de Israel existe a custo do Holocausto? Não há duvida que os ‘settlers’ – os colonatos – devem parar. E concordo consigo a cerca da iconografia do inimigo a abater. Mas é absurdo propor que houve apropriação de terreno – havia guerra. A fundação do país que é Israel aconteceu em termos completamente legais, após primeiro uma declaração em 1917, e depois por acordo das Nações Unidas. A questão do terreno (re)conquistado em 1967 é bem complexo, e é muito fácil – mas engando – hoje propor ver o israelita judeu como o inimigo comum. Existe um verdadeiro problema demográfico, e pode crer que este problema não se limita a Israel.
Quarta-feira, 18.Nov.2009 at 09:11:22
Há alguns anos o meu filho, então estudante da Escola Europeia do Luxemburgo, visitou um campo de concentração no decurso da sua viagem de finalistas à Polónia. Veio de lá desfeito, profundamente chocado e abatido. O sofrimento dos judeus continua a não nos deixar de tocar profundamente. Não obstante a intolerância e o terrorismo de Estado dde Israel em relação aos Palestinianos, muitos deles igualmente intolerantes.
Há voltei a reler um belíssimo e pungente romance sobre o amor trágico de dois adolescentes na Praga ocupada dos tempos de Heydrich, a judiazinha Ester e o louro Paulo. “Romeu, Julieta e as trevas”, de Jan Otchenachek, editado em 1961 pela Arcádia, e maravilhosamente traduzido por Alexandre O’Neil, injustamente esquecido, merece ser revisitado. Contra a indiferença e a banalização do sofrimento daqueles que sofreram “guettos” e “gulags”, e cujas experiências nos acompanham.
Quinta-feira, 19.Nov.2009 at 07:11:25
Há 3600 anos um arameu de nome Abrão deixou o centro da civilização onde vivia bem, para morar o resto da vida em tendas. A sua motivação era moral: o mundo de então tornara-se desumano e o culto da verdade, seguido por poucas pessoas isoladas, corria o risco de se perder. Apenas uma nação coesa lhe poderia dar protecção e essa seria a descendência de Abrão.
Com mais ou menos quebras aquela nação honrou o desígnio do seu fundador e apesar dos cativeiros que sofreu manteve o espírito de verdade. Há dois mil anos que humilhados e perseguidos esperam o regresso à sua pátria espoliada, usando sempre como despedida a frase: ‘Até para o ano em Jerusalém’. É pelo ideal de Abrão que ter um território é essencial para os judeus e não se pode esperar que transijam. Só pode entender isto quem tenha espírito de verdade. Estranho é que partidos que se dizem de esquerda embarquem em propaganda anti-judaica.
Os palcos de guerra são sempre dados a excessos e nem todos os israelitas terão a mesma consciência. Os judeus chegaram, no tempo do rei Salomão, a ter um exército poderoso e contudo nunca tiveram ambições expansionistas. Pelo contrário os árabes foram desde sempre violentos e sua própria religião incita à guerra santa.
Se as reivindicações dos palestinianos fossem justas, seguramente já se teria conseguido meios para os compensar. Mas aquela luta não é contra os palestinianos e sim contra os islamitas e a ideologia de violência que vai além deles, é um confronto ideológico.
Os palestinianos são uma nação inventada para combater os judeus. A Palestina nunca antes teve identidade política nem língua ou cultura própria que a diferenciasse da Síria. Os seus árabes eram poucos e coabitavam harmoniosamente com os judeus que lá tinham ficado; só após a imigração massiva dos judeus a economia se desenvolveu e então vieram árabes de várias etnias.
Até à guerra a instalação dos judeus foi feita por compras voluntárias de terrenos aos árabes. Quando a independência foi declarada pela ONU e reconhecida pela URSS, a Liga Árabe invadiu o país. Quem tem de facto motivos para inviabilizar a paz?
Enquanto não se puder discutir abertamente as ideologias religiosas não há liberdade de expressão, pois elas escondem interesses políticos.
Sexta-feira, 20.Nov.2009 at 01:11:07
Que Deus me perdõe e os homems de boa vontade também, mas o seu texto mais parece saído dos serviços de propaganda de qualquer exército de ocupação (Whermacht) em territórios conquistados, para submissão ideológica de povos vencidos por qualquer povo pretensamente superior e predestinado.
Poderia ter poupado tinta escrevendo simplesmente: “bem aventurados os pobres de espírito palestinianos, pois deles apenas será o reino dos céus”.
Cordialmente,
A. Cerqueira
Sábado, 21.Nov.2009 at 10:11:59
Caro Armando Sequeira, no 1º parágrafo da sua resposta está a comparar a história dos judeus com a dos nazis, quando não pode haver duas coisas mais distintas.Hitler é citado por dizer que acima das potências mundiais o seu principal inimigo eram os judeus.
O segundo parágrafo pode crer dizer tudo. Ora temos que ser absolutamente concretos, lógicos e abertos. Não nos esqueçamos que vivemos numa cultura que perseguiu e matou muitos ‘asssassinos de nosso Senhor’. Exige um grande esforço libertarmo-nos da cultura milenar e só o podemos fazer num debate colectivo em que empreguemos toda a nossa capacidade de verdade. Verdade que eu procuro mas não tenho; você tem?
Cordialmente, David Mendes