O quadro foi retirado de um trabalho de António Teodoro, publicado em 1977. Apresenta as taxas de analfabetismo em 1970, por distritos, da população residente em Portugal, com 14 ou mais anos. Dele ressalta que 49,8% da população portuguesa, com 14 ou mais anos, não possuía nem frequentava o ensino primário elementar. Um importante dado da situação da Educação em Portugal anterior ao 25 de Abril, que vemos frequentemente esquecido em análises e reflexões do presente.
DISTRITOS |
POPULAÇÃO RESIDENTE |
POPULAÇÃO RESIDENTE COM 14 ANOS OU MAIS (Estimativa) |
INDIVÍDUOS DE 14 ANOS OU MAIS SEM POSSUÍREM NEM FREQUENTAREM O ENSINO PRIMÁRIO (%) |
TOTAL |
8 611 125 |
6 372 232 |
49,8 |
AVEIRO |
545 230 |
403 470 |
46,9 |
BEJA |
204 440 |
151 285 |
66,6 |
BRAGA |
609 415 |
450 967 |
46,0 |
BRAGANÇA |
180 395 |
133 492 |
54,6 |
C. BRANCO |
254 355 |
188 222 |
61,4 |
COIMBRA |
399 390 |
295 541 |
58,5 |
ÉVORA |
178 475 |
132 071 |
63,3 |
FARO |
268 240 |
198 497 |
63,1 |
GUARDA |
210 720 |
155 932 |
59,8 |
LEIRIA |
376 940 |
278 935 |
58,8 |
LISBOA |
1 568 020 |
1 160 334 |
37,2 |
Cidade |
760 150 |
562 511 |
31,0 |
PORTALEGRE |
145 545 |
107 703 |
66,2 |
PORTO |
1 309 560 |
969 074 |
40,3 |
Cidade |
301 655 |
223 225 |
28,8 |
SANTARÉM |
427 995 |
316 716 |
59,4 |
SETÚBAL |
469 555 |
347 470 |
48,9 |
V. DO CASTELO |
250 510 |
185 377 |
58,8 |
VILA REAL |
265 605 |
196 547 |
52,8 |
VISEU |
410 795 |
303 908 |
58,3 |
ANGRA DO H. |
85 650 |
63 381 |
51,4 |
HORTA |
40 600 |
30 044 |
51,5 |
P. DELGADA |
158 765 |
117 486 |
51,6 |
FUNCHAL |
251 135 |
185 840 |
53,4 |
«Apesar de o Instituto Nacional de Estatística não ter ainda divulgado os resultados definitivos do 11º Recenseamento da População efectuado em 1970, pode-se contudo apresentar uma aproximação estatística (…), sobre a situação actual do analfabetismo no nosso país. 1.789 360 (28,1%) declararam não saber ler nem escrever.»
António Teodoro, Sobre as qualificações escolares e profissionais dos trabalhadores portugueses, em Cadernos Seara Nova, 1977.
Quinta-feira, 01.Out.2009 at 03:10:29
E no tempo de D. Afonso Henriques, ainda era pior.
Com José Sócrates é que é … as Novas Oportunidades, o Mais 23, o facilitismo e a estística … para já não falar nas licenciaturas na Independente. Até ao Domingo havia exames.
Assim, sim, como é que o analfabetismo não havia de diminuir?
Por este andar qualquer dia é só doutores. As Novas Oportunidades vão começar com Formação de Professores, Cursos de Mestrado e de Doutoramento
Quinta-feira, 01.Out.2009 at 05:10:36
“Ana Tavares”:
Depois da estatística referida no post, houve (de Veiga Simão e Roberto Carneiro até à actualidade), muitos ministros que contribuiram para a diminuição efectiva da taxa de analfabetismo. Inclusivé o Ministério da Educação de Sócrates, pois claro. Quero crer que, antes do tempo que corre, não conheça apenas o tempo de D. Afonso Henriques…
Sexta-feira, 09.Out.2009 at 11:10:58
A memória – mesmo a histórica – é mesmo curta!
Obrigada por me fazerem lembrar.
Ana Costa