Data que assinala o início da luta armada em Angola – Revolta em Luanda, com ataque à Casa de Reclusão, ao quartel da PSP e à Emissora Nacional.
Previsto para hoje o lançamento oficial do novo site sobre a Guerra Colonial, cuja existência já referimos.
Quinta-feira, 05.Fev.2009 at 03:02:12
Os massacres levados a cabo pela UPA, a 15 de Março de 1961, sobre colonos portugueses e angolanos que com estes trabalhavam, levam muitas vezes a esquecer outros massacres – os que em Luanda se seguiram ao ataque às prisões de 4 de Fevereiro.
Recorde-se, por isso, o texto de Mário de Andrade, “O Povo rasga a noite colonial”*:
“Do lado das forças da ordem, as vítimas feitas no decurso destas operações cifram-se em sete soldados, imediatamente apresentados como mártires da “grande causa colonial”. Os seus corpos são expostos a fim de condicionar os colonos e de orientar o seu ódio contra as massas. São então constituídas milícias que procedem a operações de limpeza entre os criados, os vendedores de jornais, nas ruas, em todos os bairros dos subúrbios de Luanda.
Uma testemunha conta: ” Enquanto os civis europeus se lançavam sobre os bairros africanos que circundam o cemitério, a polícia e o exército atiraram sobre todos os africanos visíveis. De manhã cedo, os camiões de limpeza passaram pela primeira vez nos bairros africanos, não para juntar o lixo, mas cadáveres dispersos. Os corpos são levados directamente para o cemitério e lançados na fossa comum. Nas instalações da Pide aproveitou-se a ocasião para se desembaraçarem de centenas de detidos, mortos friamente à baioneta “para economizar balas”.
“A caça ao homem prosseguiu nas ruas da cidade europeia aos gritos de “matem Lumumba”, perante a mais completa passividade das “forças da ordem”. Os raros portugueses que queriam opor-se foram, eles também, frequentes vezes, vítimas da multidão. Foi o caso de militares recentemente desembarcados. Jornalistas estrangeiros foram também maltratados.
Assistia-se, com a morte na alma, a cenas dantescas sem poder protestar. A vida de um africano não contava, nessa época, mais do que a de um cão. Para o fim de Fevereiro, uma noite, os civis portugueses, enfurecidos, acabaram por pôr fogo aos bairos africanos. Sulcavam a cidade em viatura, armados de espingardas de caça e de bidons de gasolina. Os habitantes que procuravam escapar às chamas caem pelas balas, que não poupavam nem as mulheres nem as crianças. Nenhuma família angolana escapa a estes dias sangrentos de Fevereiro. Vária fontes insuspeitas alvitram a cifra das vítimas deste primeiro genocídio perpetrado em Luanda: 3000 mortos.”
* Publicado em Africasia nº 9, 1970 e transcrito em “Colonialismo e lutas de libertação / 7 cadernos sobre a guerra colonial”, col. Arquivo, Afrontamento, 1974.
Sexta-feira, 06.Fev.2009 at 05:02:16
Considerando este passado, não deixa de ser impressionante a forma como hoje, volvidos não tantos anos assim, os angolanos aceitam já, com facilidade, o convívio com os portugueses na sua terra.
E tenho dúvidas que, em Portugal, os portugueses retribuam a simpatia com igual moeda. Desconto feito aos erros de generalização, de um e de outro lado.
nelson anjos
Sexta-feira, 06.Fev.2009 at 04:02:49
Embora não se trate de Angola, gostaria de assinalar que no passado dia 3 de Fevereiro se perfizeram 40 anos desde que a PIDE assassinou Eduardo Mondlane, primeiro presidente da FRELIMO através duma encomenda armadilhada por ele recebida em Dar-es-Salem.
O facto de poder ter morrido em casa de Betty King, secretária de Janet Mondlane e não no seu próprio escritório de Dar-Es-Salem em nada diminui o crime desta polícia. Apenas poderá interessar ao “altar” criado pela FRELIMO. Não é isso que interessará assinalar.
Cinco anos depois, em 20 de Janeiro de 1973, haveria de ser a vez de Amílcar Cabral ser assassinado, embora eu não saiba se aqui houve ou não a mão da PIDE.
Sexta-feira, 06.Fev.2009 at 08:02:33
Se me permite, Jorge Conceição, é mais evidente a “mão” da PIDE no assassinato de Amílcar Cabral do que na de Mondlane [acerca do que não existem dúvidas, com ou sem envolvimento de Jorge Jardim, com ou sem envolvimento de elementos da segurança da Frelimo (não valendo a pena recordar quem era o responsável pela segurança do Presidente)].
A “mão” da PIDE estendeu-se até Cabral através de prisioneiros do PAIGC no Tarrafal e que ali foram “trabalhados” para a traição em troca da libertação e “bom futuro” após o trabalho feito. Depois de libertado, este grupo de ex-prisioneiros foi reintegrado no PAIGC e passou a ter acesso ao seu quartel general em Conacry (sempre tinham o prestígio do martírio no tarrafal) onde passou a orientar para a conspiração, sob instruções da PIDE, o grupo de guerrilheiros negros guineenses (alguns deles com penas cumpridas por mau comportamento e com sentimento de ódio relativamente a Cabral e dispostos a vingarem-se) e explorar os seus sentimentos de cansaço, ódio a Cabral e aos dirigentes caboverdianos do PAIGC a quem acusavam (música propagandista desde sempre difundida pela PIDE, por Spínola e pela psico das FAP, no sentido de provocar a divisão entre os guerrilheiros) de terem todos lugar de topo enquanto a maioria dos guerrilheiros que combatiam eram negros guineenses. Houve depois falhas claras da segurança e informações do PAIGC e ingenuidade do próprio Cabral que culminou no “sucesso” da operação de liquidar Cabral (Aristides Pereira safou-se por um fio de sorte). Sobre a operação ter sido comandada pela PIDE, não há lugar para dúvidas. Estas colocam-se é sobre se Spínola estava ou não a par da operação da PIDE e seus objectivos (por um lado, custa a crer que o comandante-chefe não fosse informado e não desse o seu aval, mas podia haver um entendimento secreto entre Caetano e a direcção da PIDE no sentido de socavar as “negociações” que Spínola tentava com Sengor e com Cabral); se Sekou Touré (chefe da Guiné-Conacry), com fama de ter ciúmes do enorme prestígio internacional de Cabral; quais as dimensões da operação em termos de penetração nas chefias do PAIGC (Nino Vieira nunca se libertou de suspeitas quanto à sua implicação ou passividade interessada). A descoberta de todas as envolventes da operação foi gorada pela forma rápida e precipitada como o caso foi julgado pela segurança do PAIGC, acção que foi comandada por Vasco Cabral e levou ao fuzilamento sumário e rápido de 50 guerrilheiros do PAIGC (incluindo o grupo dos ex-prisioneiros no Tarrafal que se tinham infiltrado em Conacry a soldo da PIDE). Após estas execuções, o assunto foi considerado encerrado sob pretexto que o importante era voltar ao combate e ganhar a guerra, culminando a obra de Cabral, sob nova direcção de Aristides Pereira após este regressar da URSS para tratamento médico dos ferimentos e deformações que sofreu após Cabral ter sido abatido.
A menos que o Jorge Conceição possua dados que fundamentem dúvidas sobre o envolvimento da PIDE na operação que culminou no assassinato de Cabral (se assim for, agradeço que as divulgue pois teria muito interesse nisso) não vejo como se pode negar a evidência que, neste assassinato, a PIDE meteu as “mãos” e os “pés”.
Sexta-feira, 06.Fev.2009 at 08:02:02
Aditamentos:
1) A referência a Sekou Touré saíu incompleta. Houve sempre dúvidas se Touré não estava a par da conjura negro-guineense e se esta contava com o apoio da sua polícia por se aproximar a vitória do PAIGC na guerra contra Portugal e com cabral como Chefe de Estado, dificilmente Touré manteria a sua preponderância regional. De qualquer forma, após intervenção de embaixadores de Cuba e da URSS (foram barcos soviéticos que interceptaram o barco dos conjurados que rumava a Bissau e levando como prisioneiro Aristides Pereira) Touré virou-se con tra os conspiradores.
2) Vasco Cabral já morreu. Com a sua perda gorou-se a última oportunidade de se saber mais sobre o processo que ele dirigiu contra os conspiradores e que, pessoalmente, fuzilou ou mandou fuzilar.
3) Sobre Nino Vieira e Vasco Cabral (economista, negro, guineense, sem qualquer parentesco com Amilcar Cabral: Nino Vieira (negro, comandante militar da Frente Sul) era o negro guineense que chegou mais alto na hiearquia militar do PAIGC. Quando do golpe de estado de Nino contra Luis Cabral e outros caboverdianos (ao fim e ao cabo, uma vitória póstuma do golpe de 73 contra cabral e os caboverdianos), Vasco Cabral manteve-se na Guiné, no governo e ao lado de Nino.
Sexta-feira, 06.Fev.2009 at 09:02:22
Obrigado pelos seus esclarecimentos, João Tunes. Na verdade, sem os pormenores que referiu, o conhecimento que eu tinha do que envolveu a morte de Amílcar Cabral são idênticos aos que descreveu, com as referências a Nino Vieira, Spínola e Sékou Touré e aos ex-prisioneiros do Tarrafal. A hesitação que tive, no meu comentário, em incriminar a PIDE nesse crime deveu-se apenas a informações na “net” (na Wilkipedia) que responsabilizam apenas guirrilheiros do PAIGC descontentes. Achei absurdo, mas não tinha dados que me permitissem corrigir esse texto, como aliás ali é pedido.
Relativamente a Eduardo Mondlane, que era o meu principal visado no meu comentário – uma vez que os «Caminhos da Memória» tinham assinalado há pouco tempo o assassínio de Amílcar Cabral, embora não descrevendo o que agora João Tunesdisse, e referiram agora o início da luta armada em Angola, a propósito do novo sítio da Guerra Colonial -, por que, tendo ocorrido na véspera o aniversário da data em que ele fora assassinado, não fora feita qualquer referência a isso.
O João Tunes refreriu o envolvimento do Jorge Jardim, que julgo que é a opinião corrente e eu concordo. Porém suponho que tem dúvidas sobre a mão da PIDE nisso. Isso é que eu não sabia, isto é, que estivesse em causa a responsabilidade da PIDE e do Governo Portug~eus nesta acção. O secretário do Mondlane julgo que, à data, era o Joaquim Chissano. Há suspeitas do seu envolvimento?
Sexta-feira, 06.Fev.2009 at 10:02:26
Não, não há dúvidas sobre o envolvimento da PIDE no assassinato de Mondlane. Sabe-se até quem fabricou o livro-bomba (o pide Casimiro Monteiro, o goês que tb assassinara Delgado e que terá morrido na África do Sul). O que eu disse (mas, provavelmente, voltei a explicar-me mal) ou queria dizer era que se era clara a mão da PIDE no assassinato de Mondlane no caso Cabral ela foi ainda mais evidente (pela existência do grupo infiltrado junto da cúpula do PAIGC, trabalhado desde o Tarrafal). Sim, o responsável pela segurança de Mondlane era Chissano. Não há qualquer prova sobre o seu envolvimento. Mas sabem-se três coisas (decerto meras coincidências): 1) A PIDE estava infiltrada nos mais altos escalões da Frelimo (sabe-se pelos arquivos da PIDE) e os elementos da rede nunca foram “descobertos” o que, no mínimo, desabona sobre a qualidade (na altura e posteriormente) da alta segurança da Frelimo; 2) Como foi possível que um embrulho com um livro (julgo que um livro marxista) fosse aberto pelo próprio Mondlane? 3) Houve um outro presidente da Frelimo (e da República de Moçambique) que morreu num estranho “acidente de avião” (poucos dias antes, cometera a ingenuidade de afirmar que ia fazer uma limpeza nos altos escalões da Frelimo), chamava-se Samora Machel e sucedeu-lhe Joaquim Chissano (o convertor de Moçambique às delícias do capitalismo em que os primeiros grandes capitalistas foram altos quadros da Frelimo).
A Wikipédia é um poço de barretes. Tenho as maiores reservas quanto à sua fiabilidade.
Bom fim-de-semana.
Sexta-feira, 06.Fev.2009 at 10:02:21
Não revi o texto do último comentário que fiz o qual, vejo agora, tem um discurso pouco claro, à mistura com erros, mas que vou prescindir de corrigir (a menos que alguem o ache necessário). Quero no entanto clarificar o que pretendia dizer a propósito de Mondlane e do sítio da Guerra Colonial.
O sítio foi inaugurado numa data aniversária em que “oficialmente” tinha sido iniciada a luta armada nas ex-colónias de África, o que está correctíssimo. Acontece que essa luta se iniciou em Angola, tendo posteriormente surgido na Guiné e, mais tarde, em Moçambique. Estes três teatros de guerra são o objecto do refrido sítio. Acontece que, por coincidência, no dia anterior (dia 3 de Fevereiro) era a data aniversária do assassinato do responsável máximo de um dos principais movimentos de libertação: a FRELIMO. Pareceu-me que também deveria ter havido uma referência a isso. E também à Guiné. Mas, neste caso, dias antes assinalara-se o assasínio de Amílcar Cabral (20 de Janeiro). Poderia ou não isso voltar a ser referido. Mas o caso de Mondlane pareceu-me uma omissão.
Pelo texto de João Tunes fiquei, no entanto, apreensivo sobre a morte de Mondlane. Existe algo de pouco claro (e, portanto, de pouco conhecido) nessa morte? Algo que contrarie o seu compremetimento na luta da Frelimo? Existirá algo que “convenha” não ser sabido? É esta a aminha actual preocupação sobre este assunto.
Sexta-feira, 06.Fev.2009 at 11:02:09
O desfasamento na publicação dos comentários permitiu que o meu último comentário tivesse saído, o que seria totalmente desnecessário se eu tivesse lido o último comentário – esclarecedor, para mim – de João Tunes. Obrigado, novamente.
E as tais actuais vias “capitalizantes” do governo da Frelimo têm sido bastante denunciadas em sítios dos media moçambicanos…
Sábado, 07.Fev.2009 at 11:02:39
Não tenho qualquer capacidade para me pronunciar sobre a data escolhida para o lançamento do site sobre a guerra colonial – mas, em relação aos Caminhos da Memória, não houve certamente nenhuma intenção de escamotear o assassinato de Mondlane, ou de privilegiar S. Tomé e Angola em relação a Moçambique. O que acontece é que nem sempre temos capacidade para escrever sobre todos os acontecimentos que não queremos ver esquecidos. Ainda bem que há comentários que vêm suprir essas falhas… Pessoalmente, gostaria imenso que chegassem mais achegas, nomeadamente sobre as lutas de libertação, as relações entre antifascistas e anticolonialistas, a acção da PIDE nas colónias, e as realidades da política colonial portuguesa. Por isso, agradeço ao Jorge Conceição e ao João Tunes estas “adendas”.
Ao Nelson Anjos quero dizer que não só os anos de guerra civil ajudaram a apagar memórias traumáticas anteriores, como ouvi pessoas que me contavam histórias bem desagradaveis dos tempos coloniais referirem que “havia brancos maus e brancos bons” e que gostariam que muitas das pessoas com quem tinham trabalhado voltassem, “porque agora já temos os nossos direitos, já há respeito mútuo, já sabem que somos pessoas”.
Por outro lado, não é só em Portugal que a história esquece rápido: de volta à minha terra, na Lunda Norte, fiquei supreendida por, por ser branca, as crianças me chamarem “chinesa” (quando lhes falei em português, mudaram para “brasileira”)e também com a incredulidade com que alguns jovens olharam para mim quando lhes disse que tinha nascido ali, no hospital local, 61 anos atrás: “Não pode!”
Sábado, 07.Fev.2009 at 08:02:14
Dando uma pequena resposta ao desafio de Diana Andringa vou contar um pequeno episódio que, embora talvez não sendo exemplar da acção da PIDE nas colónias, pode ilustrar o que fui observando quando as poucas oportunidades me surgiam durante o tempo em que fiz o serviço miliotar em Moçambique.
Sem poder provar o que penso, acho que a acção da PIDE em teatro de guerra era bastante distinto, nos seus objectivos, daquele que conhecemos aqui em Portugal. Em zonas de guerra funcionava mais como entidade pesquizadora das movimentações da guerrilha e na identificação de uerrilheiros, do que na identificação de anti-fascistas e de eventuais acções organizadas no meio militar. (Terá isso facilitado a preparação do 25 de Abril? Lembremo-nos da importância que tiveram para o movimento os oficiais que estavam na Guiné).
Bom, foi o seguinte o episódio que ia contar: Ao passar por Metangula, no Niassa, onde estava a sede do meu Batalhão, fui a uma cervejaria cavaquear um pouco com o capelão do batalhão, que era um dos poucos oficiais subalternos aberto e com o mínimo aceitável de formação intelectual que dessem um pouco de cor à cavaqueira. Passado um pedaço entra um fulano que ele conhecia e que se senta na nossa mesa. O capelão apresentou-mo como sendo o chefe local da PIDE. Claro que a situação inesperada me causou um susto tal, que devo ter mudado de cor, mas ninguém me fez qualquer observação a esse respeito. Eu mantive-me calado todo o tempo restante e fui ouvindo os desbafos do tal PIDE. Queixou-se do Administrador de Metangula (cargo equivalente, ali, a um Presidente de Câmara Municipal). Falou das golpadas dele, de ter já por três vezes inaugurado a mesama escola primária, que continuava encerrada, sempre que alguma entidade oficial se deslocava a Metangula. Falou do trabalho de escravatura a que o Administrador recorria nas obras municipais. Deu exemplos recentes: por vezes trazia do mato pessoas para identificação, mas (segundo ele) por no final da identificação o dia já estar em declínio, deixava essas pessoas dormir nos calabouços da polícia nessa noite. De manhã quando as ia buscar para as devolver às suas povoações já não as encontrva ali e acabava por as descobrir a efectuar trabalhos forçados na construção de estradas.
Não posso garantir que ele estivesse a dizer a verdade. Mas tive a possibilidade de ver que as autoridades administrativas (administradores municipais e administradores de posto) eram, na maioria dos casos que observei, os opressores directos da população indígena, explorando-os, com autoritarismo e repressões brutais e gratuitas.
Mas acção da PIDE junto dos guerrilheiros deveria ser bem dura. Recordo-me de um livro (cujo nome não me ocorre de momento) escrito por um fuzileiro que esteve em Metangula e que descreve uma operação em que participou, onde se associou um polícia da PIDE, que tratou de tal modo mal o prisioneiro, que ele, fusileiro, fez de conta que perdera uma arma que, na verdade, facultou ao prisioneiro para este abater o polícia e fugir.
Também tive algum relacionamento com anti-colonialistas moçambicanos, enquanto lá estive, embora fossem maioritáriamente militares milicianos, como eu. Trocávamos muitas informações, escritas e orais, pois eu assinava a Croissance des Jeunes Nations e um deles, salvo erro, a Jeune Afrique, além de receber muitos livros sobre os países
africanos que tinham conquistado as suas independências. (Curiosamente acho que fui pouco ou nada atingido pela apreensão de cartas e publicações que me enviavam regularmente, contrastando com o que sucedeu com um amigo meu que fez o serviço militar em Angola, pois, por exemplo, nunca recebeu um único exemplar dos GEDOC que eu lhe enviaca de vez em quando).
Peço desculpa por me ter alongado mais do que inicialmente pretendia.
Domingo, 08.Fev.2009 at 10:02:24
Jorge Conceição, permita que lhe recomende:
“A Pide/DGS na Guerra Colonial (1961-1974)”, Dalila Cabrita Mateus, Ed Terramar
Quarta-feira, 03.Fev.2010 at 02:02:28
Mais uma vez estamos perante a um luto, hoje dia 03 de Fevereiro é indicado o novo Governo de José Eduardo, que coincidência, fica na história de Angola marcado este dia, em que o povo angolano mesmo depois de tanto luto, martirio, sofrimento, longos anos de batalhas sangrentas como cidadão e filho desta terra que é Angola, será que esta Angola é tão ingrata que não permite que o seu povo se beneficie de uma vida digna de um cidadão, será que este povo que lutou desde o sangrento 4 de Fevereiro e outras batalhas travadas não merece no minimo ter um tecto (habitação), hospitais, os antigos combatentes que tanto lutaram devem terem uma pensão condigna.