Um texto de José Pedro Barreto (*)
Publicado na revista Egoísta, Setembro de 2001 (número especial Tributo a Nova Iorque)
(Clicar na imagem para ler melhor)
(*) Biografia de José Pedro Barreto
Quinta-feira, 11.Set.2008
Um texto de José Pedro Barreto (*)
Publicado na revista Egoísta, Setembro de 2001 (número especial Tributo a Nova Iorque)
(Clicar na imagem para ler melhor)
(*) Biografia de José Pedro Barreto
Quinta-feira, 11.Set.2008 at 04:09:11
A 10 de Março de 2002 descemos uma 5th Avenue deserta e fria. Ia-mos subir ao Empire State Building, que voltara a ser o maior edifício de NYC. A 366 metros por minuto o céu fica mais perto. Não estava muita gente. Estava até muito pouca gente. Ali e na cidade inteira. De repente, duas enormes colunas de luz azul substituiram o World trade Center.
Ninguém falou, fotografou ou fez qualquer gesto.Olhamos simplesmente em silêncio. Depois descemos, voltamos pela Broadway até à 51.
Nunca falamos muito sobre essa noite. Voltamos muitas vezes a NYC. Nunca fomos ao Ground Zero. Por respeito.
Quinta-feira, 11.Set.2008 at 10:09:29
Magnífico texto e belíssimo post. Fiquei arrepiada. A ler, com a música. Que saudades de uma cidade que até não conheço (tenho até vergonhas de o dizer) e que já nunca será a mesma. Como o mundo não é o mesmo, depois daquele horror, há sete anos!
Obrigada
Irene
Quinta-feira, 11.Set.2008 at 01:09:49
subscrevo o comentário da comentadora anterior, de fio a pavio, em vez de repetir por outras palavras.
Quinta-feira, 11.Set.2008 at 08:09:43
Little Korea, Little Ukraine, Little Italy, Chinatown, Lower East Side (judeus), Little India,Yorville(alemães),Upper East Side( russos), El Barrio(latinos) Hell’s Kitchen(irlandeses)e o maravilhoso Harlem.
Foi de “Littles” que se fez a “Big”.
Não vi um unico “Novayorquino” de cabeça baixa nesse frio mês de Março de 2002.
O que mudou foi o Skiline, aquilo que os olhos alcançam.
O “coração” da Big, esse músculo involuntário continuou em “littles” batidas tum tum, tum tum, tum tum.
NYC será sempre a cidade mais viva do mundo.
Sexta-feira, 12.Set.2008 at 12:09:15
Faço minhas as palavras da FuckItAll, com a única excepção de que conheço a cidade, conhecia-a antes, o que, parece-me, ainda dá mais força ao que a Irene Pimentel escreveu.
Sexta-feira, 12.Set.2008 at 12:09:52
De acordo, Irene, FYA e Ana.
Eu tive a sorte ter ido várias vezes a NY (Irene, eu já te disse que vou lá contigo!!!), voltei há dois anos e fui ao G. Zero. Só dá para ficar em silêncio.
Quanto a este post, é o mais belo que o CdM publicou até agora. E foi o resultado do contributo de várias pessoas, que o fizeram com muita qualidade – e muito prazer também.
Sexta-feira, 12.Set.2008 at 03:09:28
Para a Drª Irene Pimentel, “com um toque pessoal”
Sábado, 13.Set.2008 at 10:09:07
E eu faço minhas as palavras da Ana. Acescento apenas que tinha 18 anos a primeira vez que fui a Nova Iorque. Sozinha. E fiquei lá, sozinha, seis semanas. E a caminho do Kennendy e do regresso, no taxi amarelo, cheguei a acreditar que tinha nascido ali.Já não casei naquele ano.
Sábado, 13.Set.2008 at 10:09:44
Bem-vinda, aqui com nome «de carreirinha».
A relação entre o táxi amarelo e o adiamento do casamento é que está a escapar-me…
Sábado, 13.Set.2008 at 10:09:24
oh Joana foi naquele táxi que decidi que não.Ninguém aceita casar aos 18 anos – e a data até ja´estva marcada – depois de seis semanas de férias em Nova Iorque.Foi só a coisita mais pequena e irrelevante que lá aprendi.
Sábado, 13.Set.2008 at 10:09:23
Pois foi certamente uma excelente decisão, Maria. Aos 18!!! Eu só me casei aos 35 e aida fui muito a tempo…
Sábado, 13.Set.2008 at 11:09:42
sim, tem razãomas a joana não é exemplo. Do pouco que lhe conheço, a Joana tem esse dom de ir sempre a tempo de tudo.
Sexta-feira, 11.Set.2009 at 12:09:16
Caro José Barreto, acha natural que maior potência militar do planeta seja tão facilmente atacada por terroristas por via aérea? O avião quem embateu no Pentágono desligou todas as comunicações 40 minutos antes do embate. Acha possível?
Sexta-feira, 11.Set.2009 at 10:09:42
Acho. Mas se não achasse teria escrito exactamente o mesmo texto.
Sábado, 12.Set.2009 at 01:09:52
Acha JPB? Então veja este curto vídeo legendado em espanhol. Talvez a Rapsódia seja outra.
VÍDEO
Domingo, 13.Set.2009 at 01:09:50
Diogo:
Vamos lá a ver se nos entendemos.
1 – Eu escrevi um texto evocativo do ataque a uma cidade, Nova Iorque , que é para muita gente uma referência – cultural, iconográfica, etc.
É inegável que esse ataque se verificou, seja quem for que o tenha realizado. No texto, falo apenas do que ele provocou na paisagem física da cidade, na minha consciência e na de muitas pessoas. Em nenhuma parte do mesmo texto eu me refiro à autoria e/ou responsabilidade desse ataque. Qualquer que seja a minha opinião nessa matéria, ela não era chamada para este texto.
A bem dizer, não há nele qualquer opinião expressa, que você ou qualquer outra pessoa possam secundar ou contestar. Por isso digo, e repito, que fosse qual fosse a minha opinião sobre o que você me perguntou, eu escreveria sempre o mesmo texto.
2 – Mas, já que o quer, vamos às opiniões:
Perguntou-me você se eu acho “natural que a maior potência militar do planeta seja tão facilmente atacada por terroristas por via aérea”. E eu respondi que sim, que acho natural.
Não digo que o tenha sido. Admito todas as hipóteses e todas as cosnpirações – incluindo a hipótese de terem sido terroristas da al-Qaeda a mando de Osama Bin Laden. O que significa que tenho uma mente mais aberta do que você.
Repare, Diogo: não é impossível, esta hipótese. Nem só a CIA, ou o Bush, ou a Maioria Moral, ou os fundamentalistas cristãos, ou a Ku Klux Klan, ou qualquer outra personalidade ou entidade sinistra dos EUA gostariam de ver o WTC derrubado para justificar uma “cruzada”. Muita gente e muitas organizações fora dos EUA também gostariam de derrubar o WTC, o Capitólio, a Casa Branca, ou até o McDonalds, pelos mais variados motivos. Há que admitir todas as hipóteses, das mais absurdas às mais óbvias.
Sobre a “naturalidade” de um ataque terrorista por avião à maior potência militar do planeta, recordo um facto: em 1987, a URSS era, inegavelmente, uma das maiores potências militares do planeta. No entanto, um jovem alemão (Mathias Rust) levantou da Finlândia numa avioneta, voou pela URSS dentro e aterrou, com tranquilidade e descaramento, em plena Praça Vermelha, a dois passos do Kremlin. Se levasse bombas poderia tê-las atirado contra ele.
Nem acho que a operação de 11 de Setembro fosse muito complicada. O mais difícil terá sido arranjar gente que soubesse pilotar aviões e se dispusesse a morrer – o que nos dias que correm parece ser cada vez menos complicado. De resto, tratou-se apenas de comprar meia dúzia de bilhetes de avião.
Claro que gostamos sempre de encarar todas as hipóteses.Quando do Congresso de Viena, sucedeu que o delegado russo, uma bela noite, morreu durante o sono. Quando foram comunicar o facto ao príncipe de Metternich, ele pôs um ar pensativo: “O que será que o levou a fazer isso?”
Mas Freud, um dia, advertiu uma das suas discípulas mais fervorosas: “Menina, olhe que ás vezes um charuto é apenas um charuto.”
Tudo é possível, Diogo. Até a verdade mais óbvia, e menos excitante
Terça-feira, 22.Set.2009 at 09:09:05
Com os ataques terroristas ocorridos nos Estados Unidos da América em 11 de Setembro de 2001, pensou-se que a luta contra o terrorismo iria entrar numa nova era, pois a partir dali nenhuma sociedade estaria imune a um eventual ataque.
Em vez disso, entrou-se num antiamericanismo rançoso, chegando-se ao ponto de dizer que a América estava a pôr-se a jeito para que aquilo acontecesse. É este o discurso de uma parte da esquerda europeia, ressabiada com a desagregação soviética e saudosa do Muro de Berlim, impulsionada pelos meios de comunicação social, alguns deles meros focos de intoxicação da opinião pública. Tamanho ódio e preconceito só é superado pela deliciosa ironia: a América, o país-continente, sempre na vanguarda do progresso tecnológico e civilizacional, onde existe a maior multiculturalidade de raças e credos, onde as minorias são uma voz activa na sociedade e a liberdade e a democracia atingem o expoente máximo. É o país que mais disponibiliza ajuda humanitária e financeira ao exterior e também aquele que acolhe o maior número de imigrantes em busca dos seus legítimos sonhos.
O antiamericano contemporâneo adora o estilo de vida “yankee”: os filmes de Hollywood, a literatura, a música, os refrigerantes, a “fast-food”, mas é incapaz de reconhecer isso porque é hipócrita. O despeito é tal que se branqueia o papel decisivo da América no desenlace da Primeira e Segunda Guerra Mundial evitando que a Europa caísse num regime totalitário. Claro que nem tudo é perfeito, o sistema de saúde e, principalmente, a sua política geo-estratégica, mais agressiva depois dos atentados. Diz Chateaubriand, “não há nada mais servil, desprezível, covarde e tacanho que um terrorista” – eu acrescento -, e de que um antiamericano.
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